O procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, criticou ontem (30) as mudanças feitas pelos
deputados federais no texto original do Projeto de Lei (PL) 4.850/16, que trata
das Dez Medidas de Combate à Corrupção, projeto popular incentivado pelo
Ministério Público Federal (MPF). Segundo Janot, as alterações colocaram o país
“em marcha a ré no combate à corrupção”. De acordo com o procurador, “as 10
Medidas contra a Corrupção não existem mais”. A proposta foi aprovada
durante a madrugada pelos deputados no plenário da Câmara, com emendas ao
relatório de Onyx Lorenxoni e diversas alterações às medidas propostas
inicialmente pelo Ministério Público.
Em nota à imprensa,
Janot afirmou que o Ministério Público brasileiro não apoia as alterações no
projeto de lei. “As 10 Medidas contra a corrupção não existem mais. O
Ministério Público brasileiro não apoia o texto que restou, uma pálida sombra
das propostas que nos aproximariam de boas práticas mundiais. O Ministério
Público seguirá sua trajetória de serviço ao povo brasileiro, na perspectiva de
luta contra o desvio de dinheiro público e o roubo das esperanças de um país
melhor para todos nós”, disse.
Cármen Lúcia, divulgou uma nota em que também lamentou a aprovação, pela Câmara dos Deputados, |
Na manifestação, Janot
afirmou ainda que as alterações são “medidas claramente retaliatórias” e pediu
apoio da sociedade para que o projeto não seja concretizado no Senado, para
onde segue para votação posterior.
“Um sumário honesto da
votação das 10 Medidas, na Câmara dos Deputados, deverá registrar que o que
havia de melhor no projeto foi excluído e medidas claramente retaliatórias
foram incluídas. Cabe esclarecer que a emenda aprovada, na verdade, objetiva
intimidar e enfraquecer Ministério Público e Judiciário”.
Cármen Lúcia
Mais cedo, a presidente
do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, divulgou uma nota em
que também lamentou a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do crime de abuso
de autoridade para juízes e procuradores. Agencia Brasil
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