Os codinomes eram utilizados pela Odebrecht para identificar políticos que deveriam receber os pagamentos |
As planilhas de pagamentos da Odebrecht apreendidas na Lava
Jato contam com apelidos para identificar quem deveria receber os pagamentos
milionários do esquema de propina. Investigações já revelaram quem era o
"Todo Feio" ou "Caju", agora, ainda é preciso revelar quem
é "Encostado", "Duvidoso", "Casa de Doido" e
muitos outros.
No começo deste ano, a secretária da empreiteira Maria Lúcia
Tavares foi a primeira a colaborar e entregou as planilhas. Durante o
depoimento de Cláudio Melo Filho, o ex-executivo da Odebrecht revelou, por
exemplo, que "Todo Feio" era o apelido do ex-deputado paraibano
Inaldo Leitão e "Caju" era o senador Romero Jucá. Os políticos negam
o recebimento do dinheiro.
O "Todo Feio" era o apelido do ex-deputado paraibano Inaldo Leitão e "Caju" era o senador Romero Jucá. Os políticos negam o recebimento do dinheiro. |
Segundo a Folha de S. Paulo, os repasses presentes na
planilha eram, em sua maioria, referentes ao período de campanha eleitoral de
2014.
Os apelidos se referiam, muitas vezes, a características
físicas dos envolvidos no esquema como "grisalhão",
"baixinho" ou "comprido". Em casos como
"Flamenguista" e "Timão", o nome fazia referência ao time
de futebol. Ao lado do codinome "Bobão", por exemplo, consta a
anotação de um repasse de R$ 150 mil.
O apelido "Mineirinho", que investigações suspeitam que seja Aécio Neves. |
Há também diversos valores relacionados ao apelido
"Mineirinho", que investigações suspeitam que seja Aécio Neves. O
tucano se defendeu e alegou que as doações à campanha presidencial de 2014
ocorreram dentro da lei.
Nas listas havia menções a mais de 300 políticos de 24
partidos que se beneficiaram com o esquema, sendo que constam ainda muitos
apelidos a serem revelados.
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