O Supremo Tribunal Federal (STF)
deve parar por mais de seis semanas.
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O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF)
deve parar por mais de seis semanas para se dedicar exclusivamente ao processo
do mensalão. O cronograma do julgamento começou a ser costurado na
sessão administrativa desta terça-feira (22), segundo proposta do relator
Joaquim Barbosa. Embora a
data do julgamento não esteja definida, Barbosa sugeriu que o processo
vá a plenário em três dias da semana, na segunda-feira, na quarta-feira e na
quinta-feira, sempre à tarde. Essa solução levaria o plenário do Supremo a
se dedicar integralmente ao mensalão por pelo menos seis semanas, já que
os ministros se reúnem apenas nas tardes de quarta e quinta-feira.
A proposta
de Barbosa não enfrentou resistência dos demais ministros.
No entanto,
o cronograma não é definitivo porque a reunião foi interrompida para
que os integrantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se dirigissem à
sessão desta noite. Uma nova sessão administrativa deve ocorrer na próxima
semana para decidir os pontos que ficaram em aberto. A proposta
de Barbosa ganhou força entre os colegas pouco antes da sessão administrativa,
quando o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, já tinha três cronogramas
simulados, todos com início do julgamento previsto para 4 de junho. O presidente
esclareceu que essa data é fictícia porque o processo só pode ser liberado
para julgamento pelo revisor, ministro Ricardo Lewandowski. “O revisor
tem que ser respeitado na sua autonomia de vontade”, disse.
As iniciativas
do presidente foram deixadas de lado porque os ministros entenderam que
as limitações de saúde do relator deveriam ser levadas em conta – Barbosa
tem um grave problema na coluna e não pode ficar sentado por muitas horas.
Apesar de Barbosa ter escolhido apenas o período da tarde, Britto disse várias
vezes que as sessões podem se estender durante a noite, caso necessário. As
terças-feiras foram poupadas porque esse é o dia em que os ministros se
reúnem nas turmas e também porque há sessões no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), que segundo observou a presidente Cármen Lúcia, não pode parar no período
eleitoral. As sextas-feiras ficariam livres para os ministros se dedicarem
individualmente a outros processos.
Nos cronogramas
de Britto, a proposta mais restritiva previa julgamento de segunda a sexta-feira,
com conclusão em três semanas. A proposta mais flexível era semelhante à
de Barbosa, com a diferença que na primeira semana o julgamento teria
cinco dias. Os advogados de defesa também encaminharam proposta de cronograma
com julgamentos em dois dias da semana. Apesar da dedicação exclusiva ao
mensalão, o STF poderá interromper o julgamento para apreciar casos urgentes,
como um habeas corpus (pedido de liberdade).
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