A delegada-geral da Polícia Civil Adriana Arcossi falou ontem à imprensa sobre a tragédia. |
A delegada-geral da
Polícia Civil falou ontem à imprensa sobre a tragédia envolvendo sete
servidores da Secretaria de Segurança Pública e Justiça (SSPJ), entre eles
cinco delegados, e um suspeito de múltiplo homicídio. Ainda abalada, ela expôs
que a PC está oferecendo todo o suporte aos familiares das vítimas, inclusive
com psicólogos e assistentes sociais. A data de hoje, em que é comemorado o Dia
do Policial Civil, foi marcada como o momento mais triste da história da PC
goiana. “Esse é o momento mais
triste que a nossa instituição já passou e com certeza para toda a população.
Hoje é o Dia do Policial Civil, é o dia que nós havíamos preparado programações
alegres, de comemoração da nossa história e nosso trabalho, e infelizmente nós
estamos aqui velando nossos colegas. Agora nossa preocupação é de apoio às
famílias”, ressaltou Adriana. Ela adiantou que várias providências foram
tomadas, principalmente para apoiar e socorrer cada uma das famílias em todos
os sentidos: psicológico, médico e financeiro. Também estão sendo feitas
visitas aos familiares. A delegada-geral havia
participado da reconstituição anterior e deveria ter ido a Doverlândia ontem.
No entanto, teve que participar de audiência em Goiânia e o delegado Jorge
Moreira foi em seu lugar.
O Delegado Antônio Gonçalves, 64 anos, vítima da tragédia era delegado de 1982. |
“Eu não me senti em momento algum feliz em não estar
na aeronave. Tenho muito orgulho de ser colega desses policiais e para nós eles
morreram no cumprimento do dever, em busca da verdade, e essa é uma honra para
o policial”, relatou. O delegado Jorge
Moreira assumiu recentemente a Delegacia de Furtos de Cargas e durante muitos
anos atuou na Delegacia de Investigação de Homicídios. Ele foi convidado a
participar no inquérito devido à sua vasta experiência na área. “O doutor Jorge
era uma grande autoridade em crimes de homicídios, uma pessoa de saber
reconhecido. Desde o primeiro momento ele manifestou o interesse em nos
auxiliar.
Como eu não fui essa última vez, devido à negociação com os delegados, ele foi
convidado pelo doutor Antônio para ir, pelo seu trabalho e inteligência”,
afirma Adriana. Ela destacou ainda o
orgulho em ter trabalhado com todos os profissionais que compunham a equipe. “É
um orgulho ter trabalhado com eles e sempre os terei como grandes exemplos,
principalmente o doutor Antônio Gonçalves que foi meu professor e meu chefe. Eu
já havia dito a ele que um dia queria ser um chefe tão bom quanto ele foi. É
uma perda irreparável para a PC e para mim também. Eram todos exemplos de
policiais e de pessoas. Espero poder honrar a memória deles sempre”, relembrou
a Accorsi.
Os destroços do trágico acidente do helicóptero da Policia Civil. |
Investigação
Em relação às causas do
acidente, a delegada enfatizou que não acredita que tenha sido ocasionado por
falha dos pilotos ou tentativa de fuga do preso. “Existem procedimentos de
segurança que são mantidos com a aeronave e eram feitas à risca pelos delegados
Bruno e Carrasco. Eu sou testemunha disso”, comenta Adriana. Ela acrescentou
que o delegado Carrasco foi seu colega de turma e era extremamente cuidadoso
com os colegas. Accorsi afirma que ele jamais colocaria a vida de outras
pessoas em risco.
O risco do suspeito se
soltar era praticamente nulo, segundo a delegada. Ele viajava algemado nos pés
e braços, com cinto de segurança e monitorado pelos policiais. “Esse cinto era
muito difícil de tirar. Não tinha como ter contato com os pilotos”, explica
Adriana. Dois delegados acompanham as investigações para apurar a causa do
acidente.
O helicóptero era novo e havia passado por manutenção. |
A delegada-geral
informou que o helicóptero era novo e havia passado por manutenção recente.
“Era uma aeronave nova e estava abastecida. Assim que foi adquirida optamos por
usá-la para estar junto da população, ir aos locais mais distantes, fazendo uma
administração realmente junto das pessoas e onde os eventos aconteciam. E o
helicóptero era esse nosso meio de estar próximos das pessoas.
O doutor Antônio
criou o GT3 em Goiás, era a forma dele trabalhar, de estar lá então ele tinha
muito orgulho de ir aos locais e fazer o trabalho operacional”, esclareceu. A investigação do
acidente está a cargo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos
e é acompanhada pelos delegados Alexandre Pinto Lourenço, adjunto da Delegacia
Estadual de Homicídios e Kleyton Manoel Dias, adjunto da Delegacia Estadual de
Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores.
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