Cachoeira ficou em silencio para nãoproduzir provas contra ele,foi orientado pelo advogado. |
A
sessão da CPI em que era aguardado o depoimento do contraventor Carlinhos
Cachoeira durou 2h30 e terminou sem que o contraventor respondesse a
qualquer uma das perguntas feitas pelos parlamentares. Cachoeira entrou
na sala do Senado às 14h13 sem algemas. Conforme adiantou o seu advogado
Márcio Thomaz Bastos, ele ficou em silêncio para não produzir provas contra
si mesmo. "Direito constitucional de ficar calado", repetiu seguidas
vezes durante a sessão.
Já na sua
primeira fala à CPI, ele anunciou que só prestaria esclarecimentos após
comparecer a duas audiências na Justiça Federal em Goiânia, marcadas
para os dias 31 de maio e 1º de junho. "Não falarei nada aqui",
disse. Diante do silêncio de Cachoeira às perguntas, os deputados e senadores
preferiram apoiar requerimento da senadora Kátia Abreu (PSD-TO) para
abreviar a reunião.
Durante a
sessão, coube a Kátia Abreu fazer o mais duro questionamento ao encontro
desta terça-feira. "Estamos fazendo papel de ridículo diante desse cidadão",
afirmou a senadora, para quem os parlamentares estavam perguntando para
uma múmia. "Um cidadão que não quer responder. Não vou ficar dando ouro
para bandido".
O pedido
para encerrar a reunião contou com o apoio da maioria dos parlamentares
do colegiado. Os parlamentares não conseguiram votar a reconvocação
do contraventor porque a sessão de votação do plenário do Senado já teve
início e, regimentalmente, não é possível ter votações em comissões ao
mesmo tempo do plenário da Casa.
Andressa Mendonça a musa da CPI, acompanhou a sessão. |
Sessão. No Senado, a sala e o corredor onde foram realizados o depoimento
ficaram com acesso controlado pela Polícia Legislativa. Apenas servidores
identificados e jornalistas com credenciais especiais foram liberados
para acompanhar o depoimento, para não superlotar a sala. A mulher de Cachoeira,
Andressa Mendonça, acompanhou a sessão. Ao final, Cachoeira retornou ao
Presídio da Papuda, no Distrito Federal.
PEDIDO DE LIBERDADE NEGADO
Por três
votos a um, a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou nesta
terça-feira, 22, o pedido de liberdade ao contraventor Carlos Augusto
Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O advogado de defesa Márcio Thomaz Bastos (Foto)
adiantou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) com os mesmos
argumentos e com novo pedido de liberdade para seu cliente. Ele afirmou
que não há necessidade de manter Cachoeira preso e seria possível
deixá-lo em liberdade impondo algumas restrições previstas em lei, como
recolhimento do passaporte, comparecimento em juízo e a proibição
para viajar.
Votaram
pela manutenção da prisão de Cachoeira os ministros Gilson Dipp, Jorge
Mussi, Marco Aurélio Bellizze. O único a votar pela liberdade de Cachoeira
foi o ministro Adilson Macabu. Ele afirmou em seu voto que manter o contraventor
preso significa antecipar uma punição, sendo que ele ainda não foi condenado.
O ministro impunha a Cachoeira algumas restrições como a entrega do passaporte,
a obrigação de permanecer em domicílio à noite e em feriados, comparecimento
a juízo com a frequência que o magistrado determinar e a proibição de que
mantenha contatos com determinadas pessoas que também possam fazer parte
do esquema.
O advogado
Márcio Thomaz Bastos admitiu que, numa eventual reconvocação pelo Congresso,
Cachoeira poderá falar à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI).
Ele afirmou que Cachoeira não poderia falar no depoimento desta terça
porque ainda precisa ser julgado pela justiça em Goiás e porque há uma ação
tramitando que contesta a legalidade das escutas telefônicas feitas
com autorização judicial. "Ele não podia falar neste momento",
afirmou. "Ele pode voltar e falar". Bastos disse que, no dia 31 de
maio e 1º de junho, Cachoeira será ouvido pela Justiça em Goiânia.
Cachoeira
compareceu nesta terça à CPI que investiga suas relações com agentes públicos
e privados, mas valeu-se do direito constitucional de permanecer calado.
Ele chegou a dizer, durante a reunião, que se for reconvocado, após as audiências
que terá na Justiça, poderá falar à comissão
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