O esforço da Polícia
Civil de Goiás para desvendar a chacina de Doverlândia acabou em tragédia. O
helicóptero que participava da segunda reconstituição do crime, ocorrido há 11
dias, caiu e matou todos os oito ocupantes, incluindo o principal suspeito dos
homicídios em série. Entre os mortos estão
Aparecido de Souza Alves, acusado de matar sete pessoas numa fazenda, os
delegados Antônio Gonçalves Pereira dos Santos e Bruno Rosa Carneiro, Osvalmir
Carrasco Melati Júnior, piloto da aeronave, Jorge Moreira da Silva, delegado
Titular da Delegacia Estadual de Repressão a Roubos de Cargas, Vinícius Batista
da Silva, delegado de Iporá e os peritos Marcel de Paula Oliveira e Fabiano de
Paula Silva.
As vítimas da tragédia com a queda do helicóptero Koala. |
O helicóptero Koala AW
119K (prefixo PP-CGO), fabricado pela empresa americana Augusta Westland, caiu
por volta das 16h30, no interior de uma fazenda de Piranhas, a 325 quilômetros
de Goiânia. Testemunhas disseram ter visto o aparelho girando sobre o próprio
eixo, antes de cair. O delegado Diogo Rincon, de Piranhas, informou que quando
chegou ainda saía fumaça do helicóptero. O secretário de Segurança
Pública do Estado, João Furtado, informou que a aeronave passou por revisão
recente e foi liberada nesta terça. As autoridades ainda desconhecem as causas
do acidente. Especula-se, no entanto, que uma pane levou a uma tentativa de
pouso forçado. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o local do acidente de
helicóptero fica próximo da Fazenda Indaiá, em Piranhas, em uma área de difícil
acesso para a chegada do resgate. A aeronave estaria dentro de uma 'grota'
cercada por árvores.
Entre os mortos, Aparecido de Souza Alves, acusado de matar sete pessoas. (Reprodução DM) |
Reconstituição. Entre
os principais personagens do caso de Doverlândia, só a delegada Adriana
Accorsi, que lidera as investigações sobre a chacina, não estava a bordo. Ela
desistiu da viagem. Mesmo assim, sua equipe foi para a Fazenda Nossa Senhora
Aparecida, em Doverlândia, pela manhã. No momento do acidente, o grupo voltava
para Goiânia. A chacina aconteceu no
dia 28 de abril. No crime foram degolados Lázaro de Oliveira Costa, de 57 anos,
dono da fazenda e ex-presidente do Sindicato Rural de Doverlândia; Leopoldo
Rocha Costa, de 22, filho do fazendeiro; Heli Francisco da Silva, de 44,
vaqueiro da fazenda; Joaquim Manoel Carneiro, de 61 anos, amigo de Lázaro;
Miraci Alves de Oliveira, de 65, mulher de Joaquim; Adriano Alves Carneiro, de
24, filho do casal; e Tâmis Marques Mendes da Silva, de 24 anos, noiva de
Adriano.
Comparsas. Após o
crime, Aparecido Alves confessou à polícia a execução das vítimas, o corte no
pescoço e o estupro da jovem Tâmis. No entanto, deu versões diferentes - e
conflitantes - sobre a motivação e para a polícia não estava claro se ele teve
o auxílio de um ou mais comparsas.
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