O autor do projeto, senador Ciro Nogueira (PP-PI) |
A partir de hoje, dia 5,
no Senado Federal, o projeto de regulamenta os jogos no Brasil entra em pauta
para ser apreciado. O projeto visa liberar ao uso de cassinos, bingos, jogos eletrônicos
e o jogo do bicho. Um marco regulatório a caminho da Câmara dos Deputados para
ser aprovado o modelo. Hoje o que parecia difícil acontecer tem as duas casas
de lei tratando de regulamentar o mesmo assunto.
A deputada federal Magda Mofatto (PR-GO) |
O Senado chegou
atrasado já que desde o mês passado uma comissão especial tenta aprovar um
modelo que reúne vários projetos apresentados na Câmara dos Deputados. No
Senado, a PL 186/2014 propõe a criação de normas jurídicas que regulamentem o
jogo do bicho, jogos eletrônicos, vídeo-loteria e vídeo-bingo, jogo de bingo
nos cassinos e resorts, além de jogos de apostas esportivas online, bem como
bingo e cassino digital.
Cassino de Las Vegas, um cenário de filme. |
O autor do projeto,
senador Ciro Nogueira (PP-PI), diz em justificativa da proposta que é preciso
deixar de lado o discurso demagógico e agir com coerência e responsabilidade
diante de um fato social irreversível: a prática de jogos de azar. “A
legislação proibitiva não alterou o cenário de ilegalidade do jogo no Brasil,
que movimenta anualmente em apostas clandestinas mais de R$ 18 bilhões com o
jogo do bicho, bingos, caça-níqueis e apostas esportivas, i-Gaming e pôquer
pela internet”, diz.
O presidente Michel
Temer tem recebido pedidos reiterados dos ministros para que aprove proposta
que libere os jogos. Para o governo, a ideia é retirar a prática da
clandestinidade, dar legalidade através de uma norma restritiva e ganhar com um
novo filão de impostos.
O Brasil deixa de arrecadar em torno de R$ 15 bilhões anuais. |
A deputada federal
Magda Mofatto (PR-GO) defende o mecanismo para ajudar o país a sair da crise e
alavancar o turismo nacional. Ela também fala de hipocrisia, já que os jogos,
de fato, não estão proibidos no Brasil – caso das modalidades reguladas pela
Caixa Econômica Federal. “O projeto mais antigo sobre o tema foi apresentado há
mais de 20 anos para descriminalizar o jogo do bicho (PL 442/91).
É muito tempo, muita
indecisão. O Brasil deixa de arrecadar em torno de R$ 15 bilhões anuais por
causa da falta de regulamentação dos jogos de azar. É no mínimo incoerente dar
tratamento diferenciado para o jogo do bicho, por exemplo, e, ao mesmo tempo
permitir e regulamentar as modalidades de loteria federal hoje existentes”,
questiona a parlamentar.
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