O boxe para Robson
Conceição, de 27 anos, teve dois efeitos práticos. Um foi afastá-lo da
violência. O outro, mantê-lo vivo. A impressão é do próprio atleta, um jovem da
periferia de Salvador, mais especificamente do bairro de Boa Vista de São
Caetano, que fez história na noite de ontem. “Sem o boxe, talvez eu
nem estivesse vivo. Existe a violência, muitas mortes em Salvador. Eu era muito
violento, briguento. Sem o boxe a história seria diferente. Muita gente fala
que o boxe é violento. Não é. Eu era violento antes de conhecer o boxe” - diz o
baiano.
Robson conquistou a
primeira medalha de ouro do Brasil no boxe olímpico. Num esporte considerado
violento, o boxeador diz que a lógica é exatamente contrária. O ringue é um
antídoto para a violência urbana e para os personagens dessa violência.
O ouro na categoria até
60 kg deve empurrar o atleta para o boxe profissional. Ele não crava o que vai
fazer e deixa em aberto as possibilidades todas. Quer consultar todos os
envolvidos antes de uma decisão. Mas, em entrevista aos jornalistas na manhã
desta quarta-feira, deixou mais claro qual deve ser seu caminho.
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