Senador goiano foi afastado de cargo por meio de provas
consideradas ilegais.
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu
hoje (25 ) anular as provas obtidas contra o ex-senador Demóstenes Torres
(DEM-GO) na Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal em 2012. Por
unanimidade, o colegiado entendeu que as escutas telefônicas usadas na acusação
foram obtidas de forma ilegal. Devido à investigação, Demóstenes renunciou ao
mandato em 2012. Na época, Demóstenes foi flagrado em conversas com o
empresário Carlinhos Cachoeira, investigado na Morte Carlo por exploração
ilegal de jogos em Goiás e no Distrito Federal.
KAKAI, SEMPRE CONTESTOU A INVESTIGAÇÃO ILEGAL. |
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como
Kakay, sustentou que Demóstenes foi investigado ilegalmente em Goiás durante
seu mandato. Para a defesa, a primeira instância usurpou a competência do
Supremo, Corte responsável por julgar parlamentares, que tem foro privilegiado. Segundo Kakay, no primeiro momento em que Demóstenes foi
citado nas gravações, o material de investigação deveria ter sido remetido ao
Supremo.
PARA TOFFOLI , AS PROVAS DEVERIAM PASSAR PELO SUPREMO. |
Em seu voto, o ministro Dias Toffoli, relator do recurso,
decidiu pela anulação das escutas telefônicas que envolvem Demóstenes nas
operações Monte Carlo e Vegas, que antecedeu a primeira.
Para Toffoli, a ação
penal proposta pelo Ministério Público contra Demóstenes baseou-se em provas
que deveriam ter passado pelo Supremo. “Não obstante esse apanhado de indícios do envolvimento
suspeito de políticos integrantes da organização criminosa desde meados de
2008, somente no relatório de inteligência, datado de 15 de julho de 2009,
portanto, praticamente um ano depois, é que a autoridade policial faz um alerta
sobre a competência processual para o caso, assumindo, inclusive, que se
produziu um relatório de análise aparte sobre a participação das figuras
políticas no caso ”, argumentou Toffoli. O voto de Dias Toffoli foi seguido pelos ministros Teori
Zavascki, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Gilmar Mendes. FONTE: DIARIO DA MANHHÃ
0 on: " STF anula provas contra ex-senador Demóstenes Torres "