Eduardo Cunha e sua esposa Claudia Cruz, ambos suspeitos no processos |
No despacho que determinou a prisão, Moro diz
que o poder de Cunha para obstruir a Lava Jato "não se esvaziou". Nesta segunda (17),
Moro havia intimado Cunha e dado 10 dias para que os advogados protocolassem
defesa prévia. Em nota divulgada por seus advogados, Cunha afirmou que a
decisão de Moro que resultou na prisão é "absurda" e "sem
nenhuma motivação".
Atitudes de Cunha para atrapalhar a Lava Jato,
segundo o MPF
:
SERGIO MORO CONSIDERA CUNHA PERIGOSO. |
– Requerimentos no TCU e à Câmara sobre a empresa
Mitsui para forçar o lobista Julio Camargo a pagar propina;
– Requerimentos contra o grupo Schahin, cujos
acionistas se tratavam de inimigos pessoais do ex-deputado e do seu operador,
Lucio Bolonha Funaro;
– Convocação pela CPI da Petrobras da advogada
Beatriz Catta Preta, que atuou como defensora do lobista Julio Camargo,
responsável pelo depoimento que acusou Cunha de ter recebido propina da
Petrobras;
– Contratação da KROLL pela CPI da Petrobras para
tentar tirar a credibilidade de colaboradores da Operação Lava Jato;
– Pedido de quebra de sigilo de parentes de Alberto
Youssef, o primeiro colaborador a delatar Eduardo Cunha;
– Apresentação de projeto de lei que prevê que
colaboradores não podem corrigir seus depoimentos, como fez o lobista Julio
Camargo, ao delatar Eduardo Cunha (refere-se ao projeto de lei de autoria do
deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), um dos membros da tropa de choque que o
ex-deputado federal Eduardo Cunha liderava);
– Demissão do servidor de informática da Câmara que
forneceu provas que evidenciaram que os requerimentos para pressionar a empresa
Mitsui foram elaborados por Cunha, e não pela então deputada “laranja” Solange
Almeida;
– Suspeita do recebimento de vantagem indevida por
emendas para bancos e empreiteiras;
– Manobras junto a aliados no Conselho de Ética para
enterrar o processo que pede a cassação do deputado;
– Ameaças relatadas pelo ex-relator do Conselho de
Ética, Fausto Pinato (PRB-SP);
Íntegra da nota de Cunha sobre a prisão:
MOMENTO QUE ERA TRANSFERIDO PARA CURITIBA. |
"Tendo em vista o mandado de prisão preventiva
decretado hoje pela 13ª vara federal do Paraná, tenho a declarar o que se segue”:
Trata-se de uma decisão absurda, sem nenhuma
motivação e utilizando-se dos argumentos de uma ação cautelar extinta pelo
Supremo Tribunal Federal.
A referida ação cautelar do Supremo, que pedia minha
prisão preventiva, foi extinta e o juiz, nos fundamentos da decretação de
prisão, utiliza os fundamentos dessa ação cautelar, bem como de fatos atinentes
à outros inquéritos que não estão sob sua jurisdição, não sendo ele juiz
competente para deliberar.
Meus advogados tomarão as medidas cabíveis para
enfrentar essa absurda decisão."
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