MARCONI PERILO LANÇOU A PROPOSTA DA TAXAÇÃO DOS COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS, POR AGRESSÃO AO MEIO AMBIENTE. |
Governador lançou nesta
segunda-feira, na abertura da 16.ª Conferência Internacional Datrago sobre
Açúcar e Etanol, em São Paulo, a proposta da taxação dos combustíveis fósseis,
por agressão ao meio ambiente e danos à saúde humana; Marconi reafirmou que
Goiás tem “forte compromisso” com a energia renovável e também tem hoje uma das
matrizes energéticas “mais limpas do País”, com produção de etanol, biomassa e
biodiesel; tucano recomendou a taxação dos combustíveis fósseis pelo mal que
fazem à saúde e ao meio ambiente; “O Brasil deveria ser protagonista nessa
política, até para atender os compromissos feitos na COP 21".
SÃO PAULO - O governador Marconi Perillo lançou nesta
segunda-feira, na abertura da 16.ª Conferência Internacional Datrago sobre
Açúcar e Etanol, em São Paulo, a proposta da taxação dos combustíveis fósseis,
por agressão ao meio ambiente e danos à saúde humana. Marconi, que ao lado do
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ministrou palestra no painel Etanol e
Desenvolvimento Econômico, disse que fará gestões como agente político para que
a Organização Municipal de Saúde (OMS) desenvolva uma política, nos caso dos
combustíveis poluentes, semelhante ao que desenvolve hoje em relação ao tabaco.
A Conferência Internacional Datrago (consultoria agrícola) reúne
produtores de açúcar, etanol e biodiesel dos cinco continentes, com a participação
de autoridades públicas, fundos de investimento, empresas de logística,
distribuidores e fornecedores de insumos. O governador foi saudado pelo
presidente da Datrago, Plínio Nastari, para quem o setor vê com bons olhos o
desafio lançado por Marconi para que a OMS feche o cerco em relação à chamada
“energia suja”.
A PROPOSTA DO GOVERNADOR MARCONI FOI ACEITA PELOS CONFERENCISTAS. |
Na palestra, realizada no salão de eventos do hotel Grand Hyatt São
Paulo, Marconi assinalou que o setor sucroenergético resistiu, nos últimos
quinze anos, às políticas públicas “equivocadas” do governo federal, e é hoje
um dos segmentos que mais crescem no País.
Citou a experiência de Goiás de criar incentivos fiscais específicos
para estimular a cadeia produtiva de álcool, açúcar e biodiesel no Estado,
fundamental para que assumisse o posto de 2.º produtor nacional de etanol e
açúcar. Apesar da seca deste ano, reflexo das mudanças climáticas, o governador
disse que Goiás deverá ter uma safra apenas um pouco abaixo de 7 milhões de
toneladas de cana de açúcar.
Na conferência, Marconi argumentou que o etanol traz desenvolvimento. “O
IDH dos municípios produtores de cana cresceu 65% entre 1970 e 2010, enquanto o
IDH dos municípios sem produção agrícola representativa cresceu apenas 57%”,
disse. Reafirmou que Goiás tem “forte compromisso” com a energia renovável e
também tem hoje uma das matrizes energéticas “mais limpas do País”, com
produção de etanol, biomassa e biodiesel.
O governador também enfatizou que de 2000 até hoje, o Brasil desembolsou
mais de 156 bilhões de dólares em importação de petróleo. Só com a gasolina e o
óleo diesel, os gastos com a importação, segundo ele, foram de 70 bilhões de
dólares nesse período.
Disse também que o Brasil assumiu o compromisso, na Carta de Paris, de
reduzir as emissões de poluentes em 43% até 2030, mas o País gastou 70 bilhões
de dólares importando combustível que aquece o planeta e libera enormes
quantidades de material particulado. “Gastamos 70 bilhões de dólares para
piorar a temperatura e o ar que respiramos”, observou.
Na exposição, afirmou que o uso do petróleo tem financiado atividades
terroristas. “Estimativa da ONU é que o Estado Islâmico tenha faturado 1,6
milhão dólares por dia com a venda de petróleo”. Também lembrou que o Papa
Francisco, em encíclica de 2015, instou o mundo a investir mais em energia
limpa, com a participação de organismos multilaterais. “No último sábado, quase
200 países assumiram o compromisso de banir o uso do hidrofluorcarbonetos, até
2018”, ponderou. No encerramento da palestra, Marconi disse que como governador, político
e cidadão não consegue entender porque até hoje a OMS não recomendou a taxação
dos combustíveis fósseis pelo mal que fazem à saúde e ao meio ambiente. “O
Brasil deveria ser protagonista nessa política, até para atender os
compromissos feitos na COP 21”, arrematou. No evento, em companhia do governador de São Paulo, Marconi foi
convidado pelo presidente da Datrago, Plínio Nastari, a conhecer um veículo, de
tecnologia japonesa, que transforma o etanol em bioeletricidade, o e-Bio
Fuel-Cell – que faz 20 quilômetros com um litro de etanol, processado para
virar eletricidade. Fonte: Goiás 247
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