Brasília - Sem
conseguir ser localizado, o presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) foi notificado hoje (8) sobre a votação do processo de cassação
de seu mandato, por meio do Diário
Oficial da União. Além da publicação, funcionários da Câmara tentarão
entregar uma notificação pessoalmente, no apartamento que Cunha ocupa em
Brasília, atendendo a um pedido do próprio representado.
EDUARDO CUNHA ESTÁ MUITO CONFIANTE. |
A Secretária-Geral da Casa informou que
fez três tentativas no gabinete e no apartamento funcional ocupado pelo
parlamentar, em Brasília, e na residência mantida no Rio de Janeiro, mas não
conseguiu. A notificação, que é um passo burocrático exigido para que ocorra a
sessão que pode definir o destino do peemedebista - convocada para as 19h da
próxima segunda-feira (12) -, também foi enviada pelo correio, com aviso de
recebimento.
Cunha responde, desde outubro do ano
passado, a processo por quebra de decoro parlamentar por ter mentido sobre a
titularidade de contas no exterior. Depois da tramitação por quase oito meses,
o Conselho de Ética da Câmara aprovou, em junho, a cassação do mandato do
peemedebista por 11 votos a nove. O parlamentar, que nega ser o titular destas
contas e argumenta que é apenas usufrutuário de um truste, tentou recorrerá a
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para reverter o resultado, mas não
teve sucesso.
AGORA VOCÊ PODE COMEÇAR A JOGAR. |
O parecer sobre o mandato do
peemedebista, que renunciou à presidência da Câmara em julho, está pronto para
o plenário desde o fim do primeiro semestre. Seu sucessor no comando da Casa,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu, na época, deixar a decisão para depois da
conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff. A data criou
polêmica e levou deputados adversários de Cunha a inúmeras tentativas de
adiamento, sem êxito. Maia foi acusado de ceder às pressões da base aliada do
presidente Michel Temer.
Para que seja afastado do
mandato, são necessários 257 votos. Além da expectativa em torno dessa votação
e de qualquer manifestação de Cunha nos próximos dias, a Câmara vive o impasse
provocado pela votação do impeachment de Dilma, quando a perda do cargo e
dos direitos políticos por oito anos foi decidida em votações separadas.
Rodrigo Maia aguarda um parecer da consultoria da Casa que irá apontar se as
votações na Câmara podem ser fatiadas, como ocorreu no julgamento da
ex-presidenta no Senado. Fonte: Agência Brasil
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