O advogado de Eike, Fernando Martins, disse na tarde desta terça-feira que "a princípio não há possibilidade de delação" por parte do empresário. |
Rio de janeiro - O empresário Eike Batista deixou a sede da Polícia
Federal na noite desta terça-feira, 31, depois de ser ouvido formalmente pelos
agentes federais pela primeira vez depois da sua prisão. Ele permaneceu 3h45 na
superintendência, na zona portuária.
Na saída, Eike foi escoltado pelo estacionamento até o carro
da PF que o levará de volta à Cadeia Pública Bandeira Stampa, conhecida como
Bangu 9, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste. Curiosos
acompanharam a saída, mas não houve manifestações hostis, como ocorreu na
chegada do empresário.
Os procuradores Eduardo El Hage e Leonardo de Freitas,
coordenador da força tarefa da Lava Jato no Rio, já haviam deixado o local. A
Polícia Federal informou que não divulgará o teor do depoimento do empresário. O advogado de Eike, Fernando Martins, disse na tarde desta
terça-feira que "a princípio não há possibilidade de delação" por
parte do empresário. Ele aguardava a chegada de Eike para acompanhá-lo no
depoimento.
Junto como governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e a presidente Dilma, momento de euforia do empresário Eike. |
Eike Batista chegou às 14h45 para depor na Delegacia de
Combate à Corrupção. Preso desde segunda-feira, 30, ele chegou em uma
caminhonete preta da PF, escoltado por outra viatura. Algumas pessoas esperavam a chegada do lado de fora e
entoaram gritos de "ladrão, ladrão" no momento em que ele desembarcou,
no estacionamento interno. Eike estava com uniforme de preso: calça jeans,
camiseta e sandálias.
Entre os curiosos que foram à sede da PF antes da chegada do
empresário, um homem estava fantasiado do super-herói Thor, mesmo nome de um
dos filhos do ex-bilionário.
Esse é o primeiro depoimento de Eike desde que foi preso. A
autorização para o depoimento foi dada pela juíza Débora Valle de Brito,
substituta da 7ª Vara Federal.
Antes de embarcar para o Brasil, Eike sinalizou em
entrevistas que pretende colaborar com as investigações, ao afirmar que vai
mostrar "como as coisas são". Martins chegou a dizer, na porta do
presídio Ary Franco, no Rio, que ainda não teria uma estratégia de defesa
definida. A expectativa é que ele opte por uma delação premiada, mas, para
isso, terá que negociar com o Ministério Público Federal (MPF). Fonte Estadão
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