“As gravações não são de boa qualidade, porque foram feitas com um aparelho que aparentemente estava no bolso do Calero”, disse um ministro palaciano a VEJA. |
Depois de acusar a cúpula do governo de tentar pressioná-lo a
liberar uma obra de interesse pessoal do ministro da Secretaria de Governo,
Geddel Vieira Lima, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero entregou à Polícia
Federal gravações das conversas que teve sobre o assunto com o presidente
Michel Temer, com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e com o próprio
Geddel.
Em depoimento à PF, o ex-ministro narrou detalhes de como
Temer e seus dois principais ministros teriam tentado forçá-lo a liberar a construção
de um prédio residencial em uma região tombada pelo patrimônio histórico em
Salvador. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, subordinado
a Calero, havia embargado a obra.
O próprio Geddel quando foi questionado se irá deixar o cargo, Geddel Vieira Lima foi direto: “Ôxi! Eu? Claro que não! |
Além de gravar Temer e seus dois ministros de confiança, o ex-ministro
da Cultura registrou as conversas que teve com dois auxiliares do presidente. O
próprio Palácio do Planalto obteve a confirmação da existência dos áudios. “As
gravações não são de boa qualidade, porque foram feitas com um aparelho que
aparentemente estava no bolso do Calero”, disse um ministro palaciano a VEJA.
Depois de receber a informação de que o ex-ministro havia
gravado as conversas, o próprio governo confirmou as reuniões com Calero. Por
meio do porta-voz da presidência, Michel Temer admitiu que conversou com
Marcelo Calero para “arbitrar o conflito” entre o então ministro da Cultura e o
titular da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, mas negou qualquer
pressão no caso.
“O presidente trata todos seus ministros como iguais. E
jamais induziu algum deles a tomar decisão que ferisse normas internas ou suas
convicções. Assim procedeu em relação ao ex-ministro da Cultura, que
corretamente relatou estes fatos em entrevistas concedidas”, disse o porta-voz
Alexandre Parola. Questionado se irá deixar o cargo, Geddel Vieira Lima foi
direto: “Ôxi! Eu? Claro que não!
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