O próprio Evaristo aderiu à campanha e publicou um post com a frase no Twitter. |
Evaristo Costa leu a
carta e em nome da Globo, pediu desculpas à figurinista e afirmou que a
emissora apoia a iniciativa de atrizes como Sophie Charlotte, Drica Moraes e
Bruna Marquezine, que levantaram-se contra o assédio usando uma camiseta com a
estampa “Mexeu com uma mexeu com todas”. O próprio Evaristo aderiu à campanha e
publicou um post com a frase no Twitter. Mais tarde, o texto também foi lido
por Otaviano Costa no Vídeo Show.
O
caso
Na madrugada da
última sexta-feira, a figurinista Susllem Meneguzzi Tonani
publicou um relato no blog #AgoraÉQueSãoElas, do jornal Folha de S. Paulo,
em que afirma ter sido assediada por longo tempo por José Mayer. No texto,
ela afirmou que o desconforto com o ator começou quando ele fez elogios
“simples”: “Como você é bonita”, “como sua cintura é fina”, “como você se veste
bem”. Depois, segundo ela, o assédio ficou mais pesado e ele teria dito: “Fico
olhando a sua bundinha e imaginando seu peitinho” e “você nunca vai dar para
mim?”, e culminou em fevereiro deste ano, quando ele tocou sua genitália, na
presença de outras mulheres, que, segundo ela, não ficaram constrangidas e
chegaram a rir da situação.
O ator negou ter
assediado sexualmente a figurinista assistente da novela da Globo A Lei do
Amor. “Respeito muito as mulheres, meus companheiros e o meu ambiente de
trabalho e peço a todos que não misturem ficção com realidade”, disse o ator à
publicação. “As palavras e atitudes que me atribuíram são próprias do machismo
e da misoginia do personagem Tião Bezerra (seu personagem na novela), não são
minhas! Nesses 49 anos trabalhando como ator sempre busquei e encontrei
respeito e confiança em todos que trabalham comigo.”
Leia
na íntegra:
Carta aberta aos meus
colegas e a todos, mas principalmente aos que agem e pensam como eu agi e
pensava: Eu errei. Errei no que
fiz, no que falei, e no que pensava.
A atitude correta é
pedir desculpas. Mas isso só não basta. É preciso um reconhecimento público que
faço agora.
Mesmo não tendo tido a
intenção de ofender, agredir ou desrespeitar, admito que minhas brincadeiras de
cunho machista ultrapassaram os limites do respeito com que devo tratar minhas
colegas. Sou responsável pelo que faço.
Tenho amigas, tenho mulher e filha, e asseguro que de forma alguma tenho a intenção de tratar qualquer mulher com desrespeito; não me sinto superior a ninguém, nao sou.
Tristemente, sou sim fruto de uma geração que aprendeu, erradamente, que atitudes machistas, invasivas e abusivas podem ser disfarçadas de brincadeiras ou piadas. Não podem. Não são.
As palavras e atitudes que me atribuíram são próprias do machismo e da misoginia do personagem Tião Bezerra (seu personagem na novela), não são minhas! |
Aprendi nos últimos
dias o que levei 60 anos sem aprender. O mundo mudou. E isso é bom. Eu preciso
e quero mudar junto com ele. Este é o meu exercício.
Este é o meu compromisso. Isso é o que eu aprendi. A única coisa que posso
pedir a Susllen, às minhas colegas e a toda a sociedade é o entendimento deste
meu movimento de mudança.
Espero que este meu
reconhecimento público sirva para alertar a tantas pessoas da mesma geração que
eu, aos que pensavam da mesma forma que eu, aos que agiam da mesma forma que
eu, que os leve a refletir e os incentive também a mudar.
Eu estou vivendo a
dolorosa necessidade desta mudança. Dolorosa, mas necessária. O que posso
assegurar é que o José Mayer, homem, ator, pai, filho, marido, colega que surge
hoje é, sem dúvida, muito melhor. J osé Mayer . -
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